terça-feira, 29 de setembro de 2009

Sobre megalhas.

Eu quero a sorte de um amor tranqüilo
Com sabor de fruta mordida
Nós na batida, no embalo da rede
Matando a sede na saliva
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum trocado pra dar garantia
E ser artista no nosso convívio
Pelo inferno e céu de todo dia
Pra poesia que a gente não vive
Transformar o tédio em melodia
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum veneno antimonotonia
E se eu achar a sua fonte escondida
Te alcance em cheio o mel e a ferida
E o corpo inteiro feito um furacão
Boca,
nuca,
mão,
e a tua mente, não
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum remédio que me dê alegria
Todo amor amor que houver nesta vida - Cazuza

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Sobre novas estações.

Aurora amarelo alaranjado, uivo ,canto ,grito.
Notas musicais.
Frio de outono cheiro da noite brotando luz do luar, negro esverdeado com
pinceladas anil-rosa-avermelhado
Terra cheiro gotas molhadas fogo que nasce pra aquecer.
O veludo das flores.
Delicadeza. Levemente adocicado.
[..]
Consegue sentir o cheiro da primavera nas entrelinhas?

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Sobre a inutilidade humana.

Os cachorros nascem, comem, cagam, reproduzem, vivem felizes e saltitantes e morrem.
As hienas nascem, comem, cagam, reproduzem, vivem felizes e saltitantes e morrem.
Os sapos nascem, comem, cagam, reproduzem, vivem felizes e saltitantes e morrem.
Os seres humanos nascem, comem, cagam, reproduzem, complicam tudo, planejam ser felizes e saltitantes e morrem.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Sobre uma inexistência escura.

Naquele minuto,decidiu o seu destino.
Seus ouvidos lhe contavam palavras com espinhos escondidos.
Tão neutralizada. Um rosto sem expressão,respousando nas frias mãos.
Olhares vagos e sem vida.
Existência? Que existência?
Viver por obrigação? Ora,francamente.
Nenhuma exaltação,nenhum aceleramento cardíaco.
Muito estranho.
Algo semelhante a uma morte lenta.
Apáticatimente transparente.
Oca por si só.
Sons adormecidos em sua boca triste.
Pensamentos imobilizados.
Muitos deles ainda caminhavam pela mente,mas estavam tão cansados de existirem.
O desapego chegara? Ou era a tristeza disfarçada de isolamento?
Derrepente,o que mais desprezava tornou-se alma sua.
Solidão.
Oh,solidão..quem diria que seria você quem me acolheria da desilução do mundo?
Me acolheria do decepcionamento das falsas e dissimuladas alegrias.
A hipocrisia vivi sorrindo para mim,e você solidão a afasta com seu rosto gelado.
Mas não sinto que devo te agradecer, mesmo sabendo que a morte é digna de agradecimento.
Continuo te desprezando,por mais que insista em me proteger.
Estou dormindo nos braços do esquecimento.
Meu berço é escupindo por pedras.
Lisas pedras acizentadas.
Não se iluda, não há beleza nelas.
Elas não aprenderam o mistério dos sonhos.
Até mesmo os pequenos e esboçados sorrisos plásticos se manifestam com pouca frequência.
Não quero encontrar a tristeza nos olhos de quem vejo
Ela mora em minhas pupilas.
Confusas.
Onde estão meu olhos? Eles se perderam?
Ou foram perdidos?
Para que adianta palavras mudas a ouvidos cegos?
Talvez tudo seja a sombra dos dias tentando me engulir.
A pergunta é : '' hoje devo permitir? ''
É irritante minhas constantes contradições, não vai demorar muito até alcançar a loucura.
Buscar felicidade e sofrimento é uma estupidez.
Sorrir e chorar.
Por que não me resumo a um apenas?
Que seja a alegria,mesmo que seja falsa.
Felizes aqueles que são ignorantes..e que não enxergam a cara feia das coisas.
Afagoda no lago profundo da noite, ainda é visível um feixe de luz.
A imagem das mãos enrudas e embaçadas que afundam buscam aquele..
Aquele feixe de luz envelhecido..
Lá e de volta a minha velha caverna.

domingo, 13 de setembro de 2009

Sobre pequenos garotos.

Garotos gostam de iludir
Sorriso, planos
Promessas demais
Eles escondem
O que mais querem
Que eu seja a outra
Entre outras iguais...
São sempre os mesmos sonhos
De quantidade e tamanho...
Garotos fazem tudo igual
E quase nunca chegam ao fim
Talvez você seja melhor
Que os outros
Talvez, quem sabe
Goste de mim...
São sempre os mesmos sonhos
De quantidade e tamanho...
Garotos perdem tempo pensando
Em brinquedos e proteção
Romance de estação
Desejo sem paixão
Qualquer truque
Contra a emoção...
Kid Abelha - Garotos

sábado, 12 de setembro de 2009

Sobre prazeres de Capitu.

''Seus dentes e seus sorrisos mastigam meu corpo e juizo. Devoram os meus sentidos''.
''É nos seus sorrisos que hoje quero viver, meus amores''.
Fico febril ,inconstante. Seus sorrisos e suas risadas são tudo o que meu ser esperou em águas passadas,nas presentes,e nas futuras em um submundo individual secreto. Me transforma em uma metáfora ambulante.
''Metamorforize''.
E seus olhos.
Ah! Seus doces olhos de ressaca..
Como me divirto nos momentos em que me perco neles.Viver mergulhada na doçura e na suas duvidosas profundezas, sem vontade de algum dia me encontrar.
Tenho impressão que são eles que me devoram.
Ou são os meus olhos que devoram os seus?
Pois então,olhos meus são tão famintos.
Também quero mudar de cor pelos lances de luz.
Por que vejo neles a inocência das crianças? E a fantasia que existem nas fábulas?
Me convidam a viajar por túneis da alma sua, minhas palavras tremem, me encontro naquele velho e único estado de paralizia momentânea, segundos imaginários, o tempo não existe, os dias parecem anos, os dias parecem noites, as noites parecem meses,os meses parecem segundos, os segundos parecem estações dos anos.
Esse inverno me esfria e eu ainda quero dormir.
Quem sabe nos meus sonhos possa viver clandestinamente e transbordarme em suas cores açucaradas..
Não entendo porque sempre me encontro em outra dimensão quando estou a falar sobre seus prazeres.
Prazeres, só minha Capitu tem.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Sobre desajustes.

''Os teus ossos não são feitos de vidro. Podes levar algumas pancadas da vida. ''
O fabuloso destino de Amelie poulain
[..]
No meu caso,não só algumas,tenho a impressão de ter que levar todas as pancadas da vida.
Vi-ver dói
Sonhar [re]constrói.
Estou tão calma como se nada houvesse sentido. Não existe a razão hoje.
Estou sendo manipulada por mãos transparentes.
Transparentes mãos grandes que neste momento estão me ninando em um ritmo lento.

Sobre novas visões subjetivas.

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."
Fernando Pessoa
[..]
Minhas negras vendas voaram com os sopros de novas verdades invisíveis.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Sobre uma musicalidade invisível.

Tuas palavras me soam como doces sinetas
Sons de flautas, acordes de violão..
Uma mistura de sinfonias
Que resultam na mais bela de todas as músicas,
A sua voz.
As letras e as melodias que vibram de você para mim
Estremecem meu coração
De uma forma inigualável
Mesmo sendo inatingível.
A distância se desfaz
E em segundos te sinto perto
Tão perto que chega a ser confortante
Penetras no meu ser
Adentras minha alma como ninguém mais
Numa intensa musicalidade
Que tem sons, cores e brilhos.
Possui-me como ninguém mais,
Possui-me em corpo, alma, coração e música.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Sobre o pensado.

Ás vezes acho que.. Não acho. Penso. Ás vezes penso que.. Não penso. Sinto. Sinto falta, ausência, vontade. Sinto vontade. Daí sinto medo, desespero, e volto. Volto a achar que.. E não acho. E vivo sempre a pensar. Pensar. Pensar. E algumas poucas vezes, a sonhar.