sexta-feira, 31 de julho de 2009

Eu tava triste
Tristinho..
Mais sem graça
Que a top-model magrela
Na passarela
Eu tava só
Sozinho..
Mais solitário
Que um paulistano..
Que um vilão
De filme mexicano
Tava mais bôbo
Que banda de rock
E um palhaço
Do circo Vostok...
Telegrama - Zeca Boleiro

Sobre um tom.

gravei tua voz no meu tímpano

vez em quando labirinto

faço que sinto,

vez em quando minto

vinho tinto, amor rosé

você

vez em quando instinto

(Martha Medeiros)

Sobre uma gaiola.

Subir até o azul,
descer até o inferno,
são coisas simples
que no fundo, eu quero
Ir, sem ir.
Ficar, passando.
Passar assim,
como quem passa,
amando.
A viagem que não fiz
dói dentro de mim
assim como a raiz
de uma árvore sem fim.
Paulo Leminski

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Sobre pensamentos na tarde.

Quando lhe perguntaram o que queira ser quando fosse grande, respondeu sem hesitar: pequena.

Sobre gatos pretos.

Você com esse seu ar retrô
Esse jeito assim blasé
Claro que não seria no metrô
Quem sabe eu te acharia
Numa tela do Monet?
Marcelo Amorim

Sobre os donos da noite.

Os gatos passam o dia entretidos no seu mundo e, muito de vez em quando, parecem lembrar-se de nós para nos darem uns minutos de atenção, em tempo de gato.Podemos imaginar um relógio com o seu rosto, em que os ponteiros são bigodes brancos. Talvez um deles leve um pequeno rato na ponta e o outro, uma espinha de peixe. Tudo muito gráfico, porque o gato é o animal com mais design que a natureza desenhou.

Umas vezes, respondem pelo nome à primeira; outras, fingem nem sequer nos ter ouvido uma das 15 vezes em que interpretámos o seu nome, numa escala musical entre o chamamento mimado e a quase exasperação. Só pode ser para ficarmos na dúvida eterna sobre se realmente sabem como se chamam, ou não. Há quem diga que os gatos são mais inteligentes do que os cães, porque desobedecem.

O seu dono chama-se liberdade e a sua independência é a prova de que são o melhor animal doméstico que se pode ter. A maior parte do tempo, os gatos passeiam pela casa como se estivessem vestidos de terno e gravata e o mundo lhes pertencesse.Os gatos vivem de metáforas.Quando aparecemos sem avisar,deitam-se depressa e dormem, com um olho aberto, outro fechado. Sonham que estão acordados e às vezes, esquecem-se de tirar a pose de donos da casa.

A nossa mão aproxima-se e fazem festa. E o que fazem eles? Ronronam,dizem durante muitos minutos de seguida, numa linguagem que o nosso centro tradutor descodifica: '' Estou tão contente de estar com você. Pode continuar, porque este é o melhor momento do meu dia. Eu já te disse que as tuas festas são as melhores do mundo? ''. E dizem e dizem.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Sobre o normal.

"Mas eu não ando com loucos", observou Alice.
"Oh, você não tem como evitar", disse o Gato, "Somos todos loucos por aqui. Eu sou louco. Você é louca".
"Como é que você saber que eu sou louca?", disse Alice.
"Você deve ser", disse o Gato, "Senão não teria vindo para cá."

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Sobre a incompreensão alheia.

" Se tiver coragem, eu me deixarei continuar perdida. Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que eu não entendo - quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação. (...) Como se explica que o meu maior medo seja exatamente o de ir vivendo o que for sendo? "
Clarice L.
[..]

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Sobre um delírio.

- Viemos aqui para te dizer que ele a traiu. Sabemos que é difícil, mas achamos melhor contar à você para que não se machucasse muito, ele mesmo pediu que contássemos à você.
-.. O que? Não..
- Infelizmente, sentimos muito. Aconteceu. Mas ele gostava de você.
- Por que ele mesmo não veio me contar uma coisa dessas? Por que ele não vem fala comigo?
- Porque ele não tem coragem de vir falar isso na sua cara.
- Com quem ...? Com quem foi?
- Uma menina que apareceu no bar esses dias. Estava de passagem na cidade e conversou com ele,acabaram bebendo muito e...rolo.
- .. Como ela era?
- Isso é relevante?
- É sim.
- Tinha cabelos compridos e castanhos. Olhos castanhos, não tem muito o que falar,era uma menina comum.
- Era francesa?
- Sei lá, isso não é importante.
- Que bandas ela ouve,você sabe?
- Não. Não importa!
- Onde ele está?
- Ali atrás. Mas não é bom você vê-lo.
- Eu quero ver.
[..]
-Satisfeita?
- Sim.
- Para que ver ele? Não está com raiva?
- Olhei os olhos dele.
- Então,só queríamos que soubesse.
- Não acredito em vocês.
- Por que não?
- Porque é mentira.
- Por que iríamos mentir sobre isso?
- Não acredito em vocês.
- Não é mentira. Nós estávamos lá quando aconteceu.
- Não importa, sei que não é verdade.
- Por que?? Quer que ele venha dizer pessoalmente?
- ...
- Diga a ela que é verdade. Diga o que você fez.
- ..Eu te trai..mas não tive intenção...
- Não acredito.
- O que você quer para saber que é verdade? Quer provas? Nós trazemos para você.
- Pode trazer o que quiser para mim, quantas provas quiserem, não vai me fazer mudar de idéia. Fotos, um vídeo. Não vou acreditar. Por mais que eu veja com meus olhos, é mentira.
- Estou impressionado. Como sabia que estava mentindo?
- Eu apenas sabia.
- Deve confiar muito nele.
- Não é questão de confiança, é questão de conhecer. Conhecer todos os lados ocultos..

Sobre um antigo paraíso.

Quero correr por campos verdes,intermináveis.Onde a vista não consiga alcançar o fim. Me sentir livre, sem limites,leve. Esquecer que um dia, já vivi presa. Virar criança outra vez. Correr, como se achasse que pudesse voar tão alto, a ponto de não saber mais descer ao chão. Correr até cansar,não sentir mais minhas pernas, não ter mais fôlego, sentir minha palpitação na garganta. E deitar na grama,esparramar meus cabelos pelo verde das folhas, olhar o céu limpo azul por muito tempo. Confundir nuvens com realidade. Respirar fundo, fechar os olhos. Sentir o vento.. o vento beijar delicadamente o rosto. Ouvir sua voz doce, ali comigo, naquele paraíso antigo, sem se preocupar com mais nada. Suspirar olhando para seus olhos. Seus olhos cor de mel. Seus olhos cor de vida. Seus olhos tão meus,tão seus. E sorrir como se nunca tivesse chorado. Sentir paz.. estar livre. Apenas, estar com você.

Sobre um amar.

Odeio o modo como fala comigo
E como responde ao que eu falo...
Odeio o modo como você anda
Odeio suas roupas largas
E como consegue ler minha mente
Eu odeio tanto isso em você
Que até me sinto doente
Eu odeio como está sempre certo...
E odeio quando você sai a noite
Eu odeio quando me faz rir muito
Mas quando me faz chorar
Eu odeio quando você não está por perto
E o fato de não me ligar
Mas eu odeio principalmente
Não conseguir
Te odiar nem um pouco
Nem mesmo por um segundo
Nem mesmo só por odiar..
..
Odeio esse liso cabelo preto
Tão sutilmente arrumado..
E odeio sua voz
Tão calida e profunda..
Eu odeio o jeito como olha para mim
Esse olhar infantil..
E odeio mais ainda o fato de ser tão interessante
Odeio suas crises
E quando está triste
Odeio o modo como analiso você
Odeio mais o modo como me faz escrever
Eu odeio o efeito que tem sobre mim
Odeio saber que você sabe aproveitar dos prazeres
E odeio ainda mais quando não se comove com o que digo
Odeio quando me contradiz com suas palavras teimosas
Odeio o fato de não querer assistir meus filmes
Eu odeio esse jeito simples e descontraido
E odeio esse seu estado constante
Tão sereno..
Anestesiante
Odeio estar sempre te elogiando
E odeio mais sempre concordar
Eu odeio tanto isso
E a verdade, é que odeio tanto que não quero parar de odiar.
Não quero que vá e me deixe te odiando por não odiar mais.
Por não estar aqui para odiar..
Como odeio estar presa em você.
Como eu odeio. Odeio o fato de não odiar.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Sobre algo que quero que ele leia.

Eu mudei e a culpa é sua. Espero que esteja satisfeito, porque estou. Também te mudei. Odeio tanto todo o tempo antes de encontrar você. E vou odiar ainda mais o tempo de depois de ter encontrado. Eu não suporto esse estado de coma, de escravidão, de amnésia, de medo, de raiva e amor, de estar fora de sintonia, de estar sem rumo, de mil pensamentos e sensações, de conflitos inacabáveis, de esperar a noite chegar devagar, de esperar o próximo mês, de cheiros familiares, de vozes e frases rotinais, de ‘’a mesma’’ escrito na janela de msn, de abraços na rodoviária, de travesseiros com fios de cabelos escuros, de manteigas de cacau e halls,de me irritar com a palavra ‘’previsível’’ ,de ouvir a estação de rock na tv,de não dormir a noite,de me preocupar com horários,de passar vontade em uma cama ,de desprezar ‘’gunsters ’’,de beber, de sentir cheiro de cigarro e ‘’plástico’’ nos sábados,de acordar cedo nos domingos,de olhar para olhos que mudam de cor,de sentir o coração bater rápido e devagar ao mesmo tempo com um sorriso apenas . Não suporto, não suporto,não suporto, sei que um dia vou sentir muita falta de tudo isso. Minha vida voltará a ser a mesma, sem surpresas e sensações novas, a mesma vida chata de sempre. Mas, ouvirei the doors sempre, lerei livros, começarei a beber, entenderei os bissexuais, escreverei sem abreviar e com aceitação sempre, não deixarei meu cabelo crescer muito, não ficarei loira, tirarei fotos incomuns, falarei coisas sem sentido, farei uma ‘’gunster’’, visitarei com freqüência a livraria, verei filmes que me façam pensar e me deixem mal, procurarei a arte, a música, a filosofia e a arquitetura, chorarei ouvindo ‘’quase um segundo’’ toda noite e principalmente não verei a previsão do tempo, conhecerei pessoas novas e vou lembrar de você. Vejo-te na outra vida em que formos gatos ou te vejo daqui há 5 anos em que tudo estará mudado,exceto aquele antigo sentimento esquecido nas profundezas de velhos pensamentos, quando nossos olhares se encontrarem novamente.
--
Não sei porque te amo.
Mas amo mesmo quando tudo está errado.
E você sempre consegue me surpreender. E sabe disso.
Obrigada.

Sobre minha existência inexistente.

Eu tenho muito medo de desabafar com as pessoas, porque se eu contar o que estou sentindo realmente elas podem se sentir muito mal, e eu não quero isso para elas. Minha vida se resumi ao bem-estar de outras pessoas. Não a minha. Não me importo comigo, não me respeito. Não gosto de mim, sou o ser mais insignificante da terra. Estou no 0 de grau de importância na minha vida.Ao contrário da maioria das pessoas que se importam sempre em primeiro lugar com elas mesmas,eu não sou assim.O mais importante são os outros.Sua preferências,seus gostos,suas opiniões,suas decisões,seus atos,suas maneiras de agir.SEMPRE.Eles e eles.O que conta é o que eles querem e o que eles pensam. Mas, o que eu mais quero na minha vida medíocre, vazia,sem rumo e sem sentido é me encontrar, e encontrar alguém. Quero me importar comigo e ter alguém que se importe também. Não alguém que se importe só por alguns momentos, porque essas eu tenho. Mas uma que se preocupe todos os momentos. Todos os minutos, segundos e seus milésimos. Quero alguém que viva por isso, acho que só assim superarei o medo mais profundo que tenho. Tenho medo de me sentir sozinha. Estar entre mil pessoas e sentir vazio. Me sentir só.Estar no meu quarto,sozinha e triste por isso. Quero alguém. Me quero. Eu quero amar alguém. Mesmo que não seja um namorado. Uma amiga quem sabe. Mas acho que busco um amor. Eu estou vendo a minha vida passar. Eu não saio de casa, fico presa em casa. E há muito tempo. Desde os 13 anos, idade que eu comecei a querer aproveitar a vida, sair e me entregar para o mundo, me jogar de cabeça, com vontade e um super impulso, eu não tenho o feito. Fico no meu quarto,jogando,assistindo filmes, e principalmente dormindo. Dormindo muito. É o que mais eu faço: dormir. Tenho certeza que mais da metade da minha vida eu passei na cama, de olhos fechados sem saber onde estava. Eu preciso desabar. Não agüento mais sofrer calada para não magoar ninguém. Faz 6 anos que vejo a vida correr por mim.Não sei se é porque não quero.É falta de pessoas e acho que seja também falta de incentivo,de vontade de minha parte. E sair com quem? Quase não tenho amigos. Para que sair de casa se não tenho motivo? Quero sair para ter momentos com pessoas que me façam sentir bem. O problema é que elas não existem. As poucas e boas são amigos de internet que fiz em um jogo. Únicas e preciosas. Elas realmente gostam de mim. Se preocupam comigo, gostam do meu jeito, me querem por perto. Elas valem a pena gastar meu tempo. Trocar esse sono interminável por horas de bem-estar coletivo. Mas estão muito longe de mim. Não posso tocá-las. Isso é frustrante. Devia me conformar e estar feliz só pelo simples fato de estarem na minha vida, de existirem. Porque é algo positivo, e que em um momento crítico como o meu, basta. Mas tem horas que preciso de mais. Eu preciso de toque. Quero sentir as pessoas perto de mim. QUERO VER E SENTIR. Preciso que me vejam, sou uma pessoa transparente quer se tornar sólida, mas não consegue. Tenho minha família. É importante, é claro. Mas, é necessário mais. Preciso de mais. Não suporto isso. Sei que hoje estou confirmando tudo o que está oculto em mim. E em outros dias, eu tenho força o suficiente para simplesmente aceitar.Calada.Com naturidade,como sempre. Dizem que sou forte, talvez eu seja mesmo. Se eu mesma sentasse na minha frente e me contasse todos os meus conflitos,eu iria sentir muita pena,e não saberia o que dizer para me confortar.Porque sou uma pessoa perdida. SOU. E isso, dificilmente mudará. Sim, no fundo ainda tenho aquela esperança dos tolos de que pode acontecer algo que mude tudo isso e eu finalmente não me sinta mais mal. Mais esburacada. Sorrir de verdade, não esses sorrisos amarelos e essas risadas secas. Quero estar bem. Não quero me sentir mal. Tenho a doença ''antivicteriana'',pois quero estar feliz. Todos os dias, me proponho a ajudar as pessoas que precisam de mim. Quero mesmo ajudá-las. Mas, ás vezes não tenho força o suficiente para agüentar tantos problemas juntos. Uma pessoa mal pode com seus problemas, algumas enlouquecem. Imagine uma pessoa com problemas de várias delas. O que se passa com alguém assim? Pois, eu absorvo todos os problemas. Seja grande ou pequeno. Eu gosto de ajudar a se sentirem leves. E o mais importante, meu grande desejo é que elas não passem o que eu passo. Por isso, não dou um ''basta'' nisso. O de sempre ouvir todos reclamando de como a vida é amarga com elas. Ninguém disse que a vida seria fácil.Precisam ser fortes! Agüentem, caramba.Mas,não quero que isso pare. Quero ouvir,quero passar a vida toda lutando contra isso. Preciso ver-las felizes. Do contrário não estarei em paz. É terrível tentar me compreender. É muito mais fácil compreender eles. Como eu disse, eu tenho um ''alguém'' que não consigo torná-lo maior. É uma pessoa que me escuta. Mas não é um escutar, de engolir palavras e digiri-las rápido, é um escutar forte. O escutar que eu busco. Ele escuta e sente,mesmo que não saiba as palavras certas a dizer depois,porque isso ele realmente não acerta. Posso estar engana, mas parece real. E gosto dessa possível ilusão. Mesmo não o querendo, ele é mesmo especial. Não o teria como namorado. Como amigo. Mas, ele poderia ser os dois, e tudo mais. '' Você está bem? '' Isso me toca tão fundo. Eu não tenho alguém assim que chegue e pergunte isso e tenha o ''forte escutar''. Nem mãe, nem irmão, nem amigos. Eu não tenho isso.
Não é mais especial para mim do que ninguém, e merecia ser.Talvez ninguém se importe tanto que nem ele, que eu saiba. Amo demais alguém,mas não é ele por mais que esteja a minha total disposição e seja o único que se preocupa a todo segundo que está perto de mim,se estou bem, se estou feliz.São conflitos diferentes,amados de formas diferentes,e não há como compará-los.Um eu amo,mas não era para amar,mesmo que eu ache que sim e outro,sim,e sei que não terá a minha atenção. As pessoas que eu gosto, todas elas, me machucam, mas sem intenção.E eu só me preocupo em não machucá-las.Somente elas importam.Ele,é diferente.Quer que eu seja feliz o tempo todo.Isso é tão lindo.Em hipótese nenhuma consideravelmente existente me deixou só,não importa a situação.Mesmo que esteje chateado com algo,não me fala para que não me sinta mal ou fique preocupada. Isso não tem tamanho. Mas penso, uma vida com ele seria muito chata.Acho que prefiro continuar sofrendo.E não é ele quem eu realmente quero.Busco um cheiro que ás vezes sinto sem razão.Aquele que mais merece meu carinho e respeito, não o tem e não dou a mínima. Isso é absurdo, buscar algo que tenho e não quero. Mas, me sinto bem em poder dizer que tenho. Talvez seja o mais importante. Por mais que tenha me dado conta disso, acredito que nem por isso faça mudar algo em relação a tudo. Vai continuar igual. Não irei mudar. Vai tudo estar como está.. Não quero que mude. Deixe como está. Me sinto melhor agora que já aceitei tudo o que eu tinha dentro de mim. Entendo algumas coisas que não estavam claras agora. Meu medo. E meu desejo. E sinto que sou ingrata por reclamar da vida também, tenho muitas coisas incríveis, e sou grata por elas, mas há horas que nem sempre é fácil dizer que está tudo bem. Talvez não faça mais um post tão grande como esse outra vez, pelo menos por algum bom tempo. Tomará que as pessoas que amo, estejam bem. E algum dia desejo com todas minhas forças, que encontrem a felicidade que merecem de verdade. Preciso dormir mais um pouco...

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Sobre aquele segundo.

Estava precisando de alguém que nem ele.
Alguém que me mostrasse as cores,o céu e todas as emoções que não conhecia.
Tento ler suas retincências,mas seus olhos são vagos por natureza.
Minhas certezas,tornaram-se dúvidas.

Sobre o velho nada.

Tem dias que me sinto assim
vazia de mim mesma,
fora do contexto,
longe da conexão,
parada, perplexa,
apática.
Uma linearidade na desordem,
a escuridão no sol do meio dia.
Tem dias que me sinto assim,
ausente do sistema,
compreendida pelos loucos,
odiada pelos desiguais,
leve como a culpa,
preenchida de nada.
Simples, fina, ligeira,
tocada pela morte,
estranha, impotente,
incolor. Com cores pastéis.
[..]
Algo está fora de sintonia.
---
" Tenho pensado se não guardarei indisfarçáveis remendos das muitas quedas, dos muitos toques, embora sempre os tenha evitado aprendi que minhas delicadezas nem sempre são suficientes para despertar a suavidade alheia..."
Caio Fernando Abreu

domingo, 12 de julho de 2009

Sobre os dias.

Dias de infertilidade mental. {..}

terça-feira, 7 de julho de 2009

Sobre o ninguém.

Não dormi a noite intera pensando nele. Só nele,não consegui desviar meus pensamentos.Na verdade,não tinha a mínima vontade de me distrair. Nunca fiquei sem dormir por pensar em alguém. Deu 9 horas da manhã,e me peguei viajando, mergulhada nele. Deitada no sofá e no escuro,os pequenos feixes de luz entravam pela janela. Nunca ninguém teria me feito uma surpresa antes.Nunca ninguém teria ao menos pensando em como me deixaria feliz com uma surpresa. Nunca ninguém viajaria para me ver.E por poucos dias. Nunca ninguém seria capaz de me contar tudo,até sobre o que não deveria contar.Sobre outras garotas. Nunca ninguém teria força o suficiente de negar o desejo. Não é possivel negar o desejo.O homem existe para aceita-lo. Como existiria alguém que para mim era tão errado,mas que de forma estranha, teria se transformado no mais certo,entre qualquer um.Tão certo que eu não tive a proeza de imagina-lo. A imaginação tão romantica e sonhadora não conseguiu imagina-lo. Foi maior que meus pensamentos.Mas como? Ninguém jamais iria satisfazer suas expectativas,já tinha me conformado disso.Foi mais forte do que eles. Aquelas palavras doces.Aquelas promessas com sabor de mel. E os olhares infantis e ingênuos,quase puros. Ele conseguiu.E o mais espantoso: não é recente.Foi desde o início. Um clips.. Ações grandiozas,ocultas por significados tão simples.É genial. Detalhes que até hoje,não eram claramente visíveis aos meus olhos,instantâneos apenas. Naquele sofá,depois de uma noite em claro com pensamentos distantes que me dei conta de o quanto eu tinha encontrado ''o pote de ouro''.Não tinha me dado conta da verdade. Pensava nas coisas ruins e boas.Mas ora,perto das circustâncias,praticamente não existem coisas ruins.Só existem coisas.E existem as boas.Só. Estou admirada com o caráter dessa pessoa.Como pode ser tão grande sem se exibir,sem se destacar entre as outras e ofusca-las com tamanha facilidade,uma luz escandalosa. Todo esse poder,essa sua mágia.Essa sua raridade. Eu não vi isso antes? Não entendo porque estou pensando nisso agora. Nós achamos que conseguimos ver a beleza,o explendor de tudo.Que tolice.Eles se escondem,e passam despercebidas,muito espertos.Chega a ser assustador. Parece ser besteira,mas é gostoso de sentir isso. Tive muita vontade de ouvir a voz dele. Ás vezes,pensava pensava na possibilidade de não ser tão forte o que sentia.Mas,agora de manhã,foi como se eu tomasse um estalo.Foi como se eu descobrisse hoje o quanto tudo isso é forte,e real. De verdade.. .
Ah! O cheiro da manhã..

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Sobre um desejo.

Quisera eu poder dizer-lhe o quanto são doces os teus lábios,
e do quão macios, e quão suaves.
Quisera eu, beijar-te todas as noites,
e, à luz da lua cheia,
acariar seu rosto,
deliciar-me com seu sorriso.
Quisera eu..
poder, querer, olhar,
beijar, tocar, sentir,
"ecstasiar", sorrir [de lado].
Infinitar.
"Ah, bruta flor do querer.." [O quereres - Caetano Veloso]

Sobre a morte.

Menino Bonito
Rita Lee
Lindo!
E eu me sinto enfeitiçada
Correndo perigo
Seu olhar
É simplesmente
Lindo!...
Mas também não diz mais nada
Menino bonito
E então quero olhar você
Depois ir embora
Ah! Ah!
Sem dizer o porquê
Eu sou cigana
Ah! Ah!
Basta olhar prá você...

Sobre uma verdade.

Ouvi dizer que, na verdade, o que importa não é o que você faz, mas sim, o jeito com que você faz.
Acabei concordando.
[..]
"Só que precisava dos outros para crer em si mesma. Se não se perderia nos sucessivos e redondos vacuos que havia nela."
Clarice Lispector

domingo, 5 de julho de 2009

Sobre uma solidão.

Ah, quer saber, fico chateada sim. Sabe, eu sei que sou do tipo de gente que falo com todo mundo, que quero todo mundo bem, e que todos me querem bem. Mas, canso de ser tão legal com os outros, e num dia que eu preciso, nunca tem ninguém pra ser legal comigo.Difícil, no mínimo.Esó preciso de um abraço.. preciso desabafar sem precisar pagar pela seção, preciso que me ouçam, pois, também sou humana e sofro como todo mundo.Cansei de metáforas, e palavras bonitas..Hoje eu estou crua, sem sal, sem gosto. E se tivesse gosto, teria o gosto do azedo.Tá doendo.. .É muita coisa acontecendo, e pouco tempo pra digerir.
[..]
" Tenho pensado se não guardarei indisfarçáveis remendos das muitas quedas, dos muitos toques, embora sempre os tenha evitado aprendi que minhas delicadezas nem sempre são suficientes para despertar a suavidade alheia..."
Caio Fernando Abreu

Sobre um desabafo.

Estava precisando a uns tempos escrever algo que pudesse externalizar um sentimento mais verdadeiro... Não que os outros não o sejam, mas preciso descontar em algo.Se não há ninguém que possa ouvir e entender,quero escrever,quero tirar esse peso de mim.Estou confusa,me sinto triste.É nesses momentos que vem um monte de perguntas, dúvidas, histerias acabam vindo a tona.. Tudo isso numa tentativa desenfreada de colocar a dor, pungente por dentro e disfarçada por fora. Ás vezes me sinto só,e desejo que me deem toda atenção que dou.Ser a protagonista também,entendessem porque vivo furiosa. To frustada com esse mundo porco. Chega de coisa ruim,chega de dores no peito e de sentir esse vazio,chega de gente reclamando como a vida é amarga com elas. Seres humanos não passam de criaturas fracas e ingratas que não dão valor à aquilo que os mantém vivos. Quero gritar tão alto. Não agüento mais vagar perdida nesse mar de pensamentos confusos, incertos e contraditórios. Entender a todos não é fácil,ninguém disse que seria. Aceitar e mergulhar em conflitos diversos, absorvendo-os. Como o mundo é insano. E como bom ser humano que sou, vou continuar reclamando do mundo e da vida,estou enjoada de tudo isso. Estou perto das pessoas erradas,elas não me entendem. As que já chegaram perto de entender são levadas para longe de mim. Sempre. As pessoas só fazem o que fazem por seus medíocres motivos e no fundo só querem atenção como todos os outros. Fariam metade do que fazem se estivessem sozinhos no mundo,sem que ninguém pudesse ver-los? Não sei por que repentinamente meu coração ficou mergulhado na sombra da tristeza... Talvez seja o efeito da solidão. [..] Aquele velho vazio, Velharias que não se perdem, Uma dor invisível, O gosto do azedo em doces maças, Dias cor de mate.